A dengue é endêmica no Brasil – com a ocorrência de casos durante o ano todo – e tem um padrão sazonal, coincidente com períodos quentes e chuvosos, quando são observados o aumento do número de casos e um risco maior para epidemias.
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode apresentar amplo espectro clínico, podendo parte dos pacientes evoluir para formas graves, e inclusive levar a óbito.
A maioria dos casos de dengue são não complicados, porém alguns pacientes evoluem para casos graves de dengue que são resultante da complicação por sangramento e/ou sobrecarga hídrica.
A infecção pelo vírus dengue (DENV) pode ser assintomática ou sintomática. Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo espectro clínico, variando desde formas com poucos ou leves sintomas até quadros graves, podendo evoluir para o óbito. Pode apresentar três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação.
Fase febril: A primeira manifestação é a febre, que tem duração de dois a sete dias, geralmente alta (39oC a 40oC). É de início abrupto, associada a cefaleia, adinamia, mialgias, artralgias e à dor retro-orbitária.
Anorexia, náuseas e vômitos podem estar presentes, assim como a diarreia que cursa de três a quatro evacuações por dia, cursando com fezes pastosas, o que facilita diferenciar de gastroenterites -por outras causas.
O exantema (vermelho na pele) ocorre aproximadamente em 50% dos casos, atingindo face, tronco e membros de forma aditiva, incluindo plantas de pés e palmas de mãos. Pode se apresentar sob outras formas com ou sem prurido (coceira), frequentemente no desaparecimento da febre.
Após a fase febril, grande parte dos pacientes se recupera progressivamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite.
Fase crítica: Pode estar presente em alguns pacientes, sendo capaz de evoluir para as formas graves. Tem início com a defervescência (declínio) da febre, entre – três e sete dias do início da doença. Os sinais de alarme, quando presentes, surgem nessa fase da doença.
Fase de recuperação: Nos pacientes que passaram pela fase crítica, haverá reabsorção gradual do conteúdo extravasado, com progressiva melhora clínica. Alguns pacientes podem apresentar rash (exantema) cutâneo, acompanhado ou não de prurido generalizado.
DENGUE NA CRIANÇA
A dengue na criança pode ser assintomática, apresentar-se como uma síndrome febril ou ainda com sinais e sintomas inespecíficos, como adinamia, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.
Em menores de 2 anos de idade, os sinais e sintomas de dor podem se manifestar por choro persistente, adinamia e irritabilidade, sendo capazes de serem confundidos com outros quadros infecciosos febris, próprios da faixa etária.
O início da doença pode passar despercebido e o quadro grave pode ser identificado como a primeira manifestação clínica. No geral, o agravamento é súbito, diferentemente do que ocorre no adulto, em que os sinais de alarme são mais facilmente detectados.
DENGUE NA GESTANTE
Gestantes com sangramento, independentemente do período gestacional, devem ser questionadas quanto à presença de febre ou ao histórico de febre nos últimos sete dias.
Em relação à mãe infectada, os riscos estão principalmente relacionados ao aumento de sangramentos de origem obstétrica e às alterações fisiológicas da gravidez, que podem interferir nas manifestações clínicas da doença.
Quais exames para detectar a dengue?
Hemograma Completo:
Nos casos de dengue, o hemograma e a contagem de plaquetas são exames importantes para auxiliar no diagnóstico e acompanhamento da doença. O hemograma é um exame de sangue que avalia a quantidade e a qualidade das células sanguíneas, como os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
Na dengue, é comum observar uma diminuição no número de plaquetas no sangue, condição conhecida como trombocitopenia. Isso ocorre devido à destruição das plaquetas pelo vírus da dengue, o que pode levar a complicações como sangramentos e hemorragias. Por isso, a contagem de plaquetas é um indicador importante no diagnóstico e acompanhamento da dengue.
Além da trombocitopenia, o hemograma também pode mostrar outras alterações comuns na dengue, como leucopenia (diminuição do número de glóbulos brancos) e anemia. Esses resultados, juntamente com os sintomas clínicos apresentados pelo paciente, ajudam no diagnóstico e na definição do tratamento adequado para a doença.
Portanto, o hemograma e a contagem de plaquetas são exames essenciais nos casos de dengue, pois fornecem informações importantes para o monitoramento da evolução da doença e para a tomada de decisões médicas. É fundamental realizar esses exames sob orientação médica e seguir as recomendações do profissional de saúde para um tratamento adequado e eficaz da dengue.
Testes rápidos:
🦟 Dengue NS1: Pode ser feito entre o 1° ao 6° dia de sintomas, marcador da fase inicial da doença, resultado no mesmo dia;
🦟 Anticorpos IgG/IgM: Pode ser feito após o 7° dia de sintomas, detecta os anticorpos (IGM e IGG) de defesa do organismo contra a doença, resultado no mesmo dia.
Cuidados quando estiver com dengue
Não existe tratamento específico para a dengue
A assistência em saúde é feita para aliviar os sintomas. Estão entre as formas de tratamento:
- fazer repouso;
- ingerir bastante líquido (água);
- Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre;
- Não administração de ácido acetilsalicílico;
- a hidratação pode ser por via oral (ingestão de líquidos pela boca) ou por via intravenosa (com uso de soro, por exemplo);
- o tratamento é feito de forma sintomática, sempre de acordo com avaliação do profissional de saúde, conforme cada caso.
“Os pacientes que apresentam sinais de alarme ou quadros graves da doença requerem internação para o manejo clínico adequado”